sábado, 26 de janeiro de 2013

No silêncio...




…volto a ser pássaro!
Corro velozmente ao teu encontro
Contra ventos e tempestades
E de repente…
Fico inerte, e paro à distância de um toque
Obscuro das palavras mudas
Salto vírgulas, encadeio-me nos parágrafos alinhados
Enrolo-me nas sensações que me deixam na boca
Apalpo cada contorno das letras que me compõem
Corro de novo, e de novo paro!
E fico-me pela admiração do enlace, entrelaçado
Nos desejos, nas carícias, nos olhares
Que as palavras me lançam pelo esgueirar
Dos livros, dos romances, dos contos e poemas
Com que me visto nas noites frias de verão!

… volto a ser estrela!
Constelações brilhantes riscados no infinito
Luz da vida, que atraiçoa a morte
Ultrapasso-te em vielas escuras do pensamento
Traço novas rotas dos cometas que os meus dedos
Vão desenhando com a tinta das memórias
Transformo os meus pés nas asas do vento
E liberto-me das correntes que me amarram o pensamento
Não! Não quero palavras em forma de promessas
Antes actos renovados que me tocam
Como abraços, apertos de mão e beijos
Com gosto intenso de paixão, luxúria e desvairo
Esmagados em sílabas sonhadas entre pontos e vírgulas
Entre o hoje, o ontem e o amanhã!

… volto a ser árvore!
Cresço, floresço e dou frutos
Semeados nas folhas brancas da vida
Faço sombra às nuvens da minha alma
Volto a fugir para dentro do peito
Para o calor do aconchego das ondas do mar
Nasço e renasço à velocidade das primaveras
Na esperança, na força e na vontade
De nunca morrer… porque sou eterna e imortal!
Brinco com as pétalas das rosas do campo
E toco levemente nas asas das borboletas
Refaço-me nas linhas traçadas pela luz do sol
Num bailado de sons com a lua e as estrelas
Onde os ramos das árvores não conseguem chegar
E voo lá no alto como uma estrela cintilante
Engano a liberdade…
…e volto de novo a ser pássaro!
(Desconheço o autor)

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